sábado, 20 de agosto de 2011

A Essência da adoração é a rendição


"Nem tão pouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumento de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivo dentre os mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça." (Rm 6.13)

A ESSÊNCIA DA ADORAÇÃO É A RENDIÇÃO.
"Rendição" não é uma palavra popular, quase tão malvista quanto a palavra "submissão". Ela alude à perda, e ninguém quer ser um perdedor. Rendição evoca a desagradável idéia de admitir a derrota em uma batalha, perder uma competição ou capitular perante um adversário mais forte. A palavra é quase sempre utilizada num contexto negativo; criminosos capturados se rendem às autoridades.
Na civilização competitiva de hoje, somos ensinados a nunca desistir ou ceder ? logo, não ouvimos falar muito de rendição. Se vencer é tudo, rendição é inconcebível. Preferimos contar sobre vitórias, sucessos, triunfos e conquistas, a falar de complacência, submissão, obediência e rendição. Mas render-se a Deus é a essência da adoração; é uma resposta natural ao maravilhoso amor e à misericórdia de Deus. Nós nos entregamos a ele não por medo ou obrigação, mas por amor, porque Ele nos amou primeiro (1Jo 4.9,10).
Após passar onze capítulos do livro de Romanos explicando a respeito da incrível graça de Deus para conosco, Paulo nos exorta a render nossa vida completamente a Deus em adoração: Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus (Rm 12.1).
A verdadeira adoração ? agradar a Deus ? acontece quando você se entrega totalmente a ele. Repare que a primeira e a última palavra desse versículo são a mesma: oferecer. A adoração consiste exatamente em oferecer-se a Deus. O ato da rendição pessoal é conhecido de muitas formas: consagração, fazer de Jesus o seu Senhor, carregar a cruz, morrer para si próprio, submeter-se ao Espírito Santo. O que interessa é você fazê-lo, e não a forma de você chamar esse ato. Deus quer a sua vida ? toda ela; 95% não é o suficiente.
Existem três barreiras que impedem a nossa total rendição a Deus: medo, orgulho e falta de compreensão. Por isso não percebemos quanto Deus nos ama, queremos controlar nossa vida e compreendemos erroneamente o significado de rendição.
POSSO CONFIAR EM DEUS?
A confiança é um ingrediente essencial para que você se renda. Você não irá se render a Deus, a menos que confie nele, mas você não tem como confiar nele até que o conheça melhor. O medo impede que nos rendamos, mas o amor lança fora todo o medo. Quanto mais você se der conta do quanto Deus o ama, mais fácil será você se render.
Como você pode saber que Deus o ama? Ele dá vários indícios: ele diz que o ama; você nunca sai de sua vista (Sl 139.3); ele se preocupa com cada detalhe de sua vida (Mt 10:30); ele lhe deu a capacidade de desfrutar de todos os tipos de prazeres; ele tem bons planos para sua vida (Jr 29.11); ele perdoa a você; ele é carinhosamente paciente com você (Sl 145.8). Deus o ama infinitamente, mais do que você possa imaginar.
A maior expressão desse amor é o sacrifício do Filho de Deus por você. Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores (Rm 5.8). Se você quiser saber quanto importa para Deus, olhe para Cristo com os braços estendidos na cruz, dizendo: "Eis o tanto que eu o amo! Prefiro morrer a viver sem você!". Deus não é um cruel feitor de escravos ou um valentão que usa a força bruta para forçá-lo a se submeter. Ele não tenta violar a nossa vontade, mas nos atrai delicadamente para si, de modo que nos ofereçamos a ele voluntariamente. Deus é amigo e libertador, e render-se a ele traz liberdade, não servidão. Quando nos rendemos completamente a Jesus, descobrimos que ele não é um tirano, mas um salvador; não um patrão, mas um irmão; não um ditador, mas um amigo.
ADMITINDO NOSSAS LIMITAÇÕES.
Uma segunda barreira para a total rendição é o nosso orgulho. Não queremos admitir que somos apenas criaturas e que não estamos no controle de coisa nenhuma. Esta é a mais antiga das tentações: Sereis como Deus! (Gn 3.5). Esse desejo ? de ter o controle completo ? é a causa de tanto estresse em nossa vida. A vida é uma luta, mas o que a maioria das pessoas não percebe é que, como Jacó, nossa verdadeira luta é com Deus! Nós queremos ser Deus, e não há nenhuma chance de ganharmos essa luta.
A. W. Tozer disse: "O motivo pelo qual muitos ainda estão angustiados, buscando e progredindo lentamente é que ainda não chegaram ao fim de si mesmos. Nós ainda tentamos comandar e meter o bedelho no trabalho que Deus realiza dentro de nós".
Não somos Deus nem jamais seremos; somos humanos! É quando tentamos ser Deus que acabamos mais parecidos com Satanás, o qual quis a mesma coisa.
Aceitamos nossa humanidade intelectualmente, mas não emocionalmente. Quando diante de nossas limitações, reagimos com irritação, raiva e ressentimentos. Desejamos ser mais altos (ou mais baixos), mais inteligentes, mais fortes, mais talentosos, mais bonitos e mais ricos. Queremos ter tudo e fazer tudo, e ficamos deprimidos quando isso não acontece. Então, quando percebemos que Deus deu a outros características que não temos, reagimos com inveja, ciúmes e autopiedade.
O QUE SIGNIFICA RENDIÇÃO
Render-se a Deus não é resignação passiva, fatalismo ou desculpa para a preguiça. Não é resignar-se com a situação, mas significa exatamente o oposto: sacrificar a vida ou sofrer, a fim de mudar o que precisa ser mudado. Deus freqüentemente chama pessoas que se entregaram a ele, para batalhar em seu nome; render-se não é para covardes ou subservientes. Do mesmo modo, não significa desistir do raciocínio lógico; Deus não desperdiçaria a mente que lhe concedeu! Deus não quer ser servido por robôs. Render-se não é suprimir a própria personalidade; Deus quer utilizar sua personalidade singular. Em vez de diminuí-la, render-se a aprimora. C. S. Lewis observou: "Quanto mais deixamos que Deus assuma o controle sobre nós, mais autênticos nos tornamos ? pois foi ele quem nos fez. Ele inventou todas as diferentes pessoas que eu e você tencionávamos ser [...] É quando me viro para Cristo e me rendo à sua personalidade que pela primeira vez começo a ter minha própria e real personalidade".
A rendição se manifesta mais claramente na obediência e na confiança. Você diz "Sim, Senhor" a tudo o que ele lhe pede; dizer "Não, Senhor" seria uma contradição. Você não pode chamar a Jesus de Senhor, quando se recusa a obedecer. Após uma noite de fracassos na pescaria, Pedro foi um exemplo de rendição quando Jesus lhe mandou tentar novamente: Mestre, esforçamo-nos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, porque és tu quem está dizendo isto, vou lançar as redes (Lc 5.5). Pessoas que se entregaram a Cristo obedecem à Palavra de Deus mesmo que ela não faça sentido.
Outro aspecto da rendição total é a confiança. Abraão seguiu as orientações de Deus sem saber aonde isso o levaria. Ana esperou o momento perfeito estipulado por Deus sem saber quando aconteceria. Muitos esperaram um milagre sem saber como seria possível. José confiou nos propósitos de Deus sem saber por que as circunstâncias se desenvolviam daquela forma. Cada uma dessas pessoas se rendeu completamente a Deus.
Você sabe que se rendeu a Deus quando depende dele para resolver as coisas, em vez de insistir em manipular outras pessoas, forçar sua programação diária e controlar a situação. Você larga mão e deixa Deus trabalhar. Você não tem de estar sempre "no controle". A Bíblia diz: Entregue-se ao Senhor e espere pacientemente por ele (Sl 37.7a). Em vez de tentar com mais afinco, confie mais. Você também sabe que está entregue a Deus quando não reage a críticas ou não tem o ímpeto de defender-se. Corações entregues a Deus se destacam em relacionamentos. Você não pressiona os outros, não exige seus direitos nem é egoísta quando está entregue a Deus.
Para muitas pessoas, o mais difícil de entregar a Deus é o seu dinheiro. Elas pensam: "Quero viver para Deus, mas também preciso ganhar dinheiro suficiente para viver comodamente e me aposentar algum dia". Aposentadoria não é o objetivo de uma vida entregue a Deus, porque ela compete com Deus para ser o principal alvo de cuidados em sua vida. Jesus disse: Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro ( Mt 6.24) e onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração(Mt 6.21).
O mais importante exemplo de auto-rendição é Jesus. Na noite anterior à crucificação, Jesus se rendeu aos planos de Deus. Ele orou: Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres (Mc 14.36).
Jesus não orou "Deus, se você puder retirar esta dor, faça-o por favor". Ele já havia afirmado que Deus pode fazer qualquer coisa! Em vez disso, ele orou: "Deus, se for do teu interesse afastar este sofrimento, afasta-o, por favor. Porém, se o contrário cumpre o teu propósito, esse também é o meu desejo".
Aquele que verdadeiramente se rendeu a Deus diz: "Pai, se este problema, dor, doença ou circunstância é necessário para a tua glória e o cumprimento do teu propósito na minha vida ou na vida de outro alguém, por favor, não o afastes". Esse nível de maturidade não é facilmente alcançado. No caso de Jesus, ele ficou tão angustiado com os planos de Deus que suou sangue. Render-se é um trabalho árduo. No nosso caso, é uma intensa guerra contra nossa natureza egoísta.

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