quinta-feira, 25 de abril de 2013

Revolução Industrial.

Introdução

A Revolução Industrial teve início no século XVIII, na
Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. Enquanto na Idade Média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na Idade Moderna tudo mudou. A burguesia industrial, ávida por maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscou alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias.
Pioneirismo Inglês

Foi a Inglaterra o país que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores. A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas à vapor. Além da fonte de energia, os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período. A mão-de-obra disponível em abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras ), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês.
Avanços da Tecnologia

O século XVIII foi marcado pelo grande salto
tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas à vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção.
Locomotiva da época da Revolução Industrial Locomotiva: importante avanço nos meios de transporte

Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas à vapor (maria fumaça) e os trens à vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos.
A Fábrica

As fábricas do início da Revolução Industrial não apresentavam o melhor dos ambientes de trabalho. As condições das fábricas eram precárias. Eram ambientes com péssima iluminação, abafados e sujos. Os salários recebidos pelos trabalhadores eram muito baixos e chegava-se a empregar o trabalho infantil e feminino. Os empregados chegavam a trabalhar até 18 horas por dia e estavam sujeitos a castigos físicos dos patrões. Não havia direitos trabalhistas como, por exemplo, férias, décimo terceiro salário, auxílio doença, descanso semanal remunerado ou qualquer outro benefício. Quando desempregados, ficavam sem nenhum tipo de auxílio e passavam por situações de precariedade.
Reação dos trabalhadores

Em muitas regiões da Europa, os trabalhadores se organizaram para lutar por melhores condições de trabalho. Os empregados das fábricas formaram as trade unions (espécie de sindicatos) com o objetivo de melhorar as condições de trabalho dos empregados. Houve também movimentos mais violentos como, por exemplo, o ludismo. Também conhecidos como "quebradores de máquinas", os ludistas invadiam fábricas e destruíam seus equipamentos numa forma de protesto e revolta com relação a vida dos empregados. O cartismo foi mais brando na forma de atuação, pois optou pela via política, conquistando diversos direitos políticos para os trabalhadores.
Conclusão

A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzidos mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou também o número de desempregados. As máquinas foram substituindo, aos poucos, a mão-de-obra humana. A poluição ambiental, o aumento da poluição sonora, o êxodo rural e o crescimento desordenado das cidades também foram conseqüências nocivas para a sociedade. 
Até os dias de hoje, o desemprego é um dos grandes problemas nos países em desenvolvimento. Gerar empregos tem se tornado um dos maiores desafios de governos no mundo todo. Os empregos repetitivos e pouco qualificados foram substituídos por máquinas e robôs. As empresas procuram profissionais bem qualificados para ocuparem empregos que exigem cada vez mais criatividade e múltiplas capacidades. Mesmo nos países desenvolvidos tem faltado empregos para a população.

A Era dos Impérios

No século XIX, as nações mais ricas entraram numa disputa pela conquista de colônias e áreas de influências na Ásia, África e Oceania.
Foram vários os motivos dessa corrida colonialista. Com as inovações tecnológicas, as nações industrializadas passaram a produzir muitas mercadorias num tempo cada vez menor, mas não tinham a quem vender toda essa produção.
Inicialmente cada país buscou se proteger, dificultando a entrada de produtos estrangeiros e reservando o mercado interno para seus próprios produtos (medidas protecionistas). Mas, ainda assim, a quantidade de mercadorias era muito maior que o número de consumidores. Então as nações ricas partiram para a conquista de regiões onde pudessem vender seu excedente e fazer investimentos mais lucrativos o que se traduz como áreas de influências.
Essas nações precisavam também de matérias-primas para suas industrias. Um exemplo: com o advento da energia elétrica, tornou-se cada vez mais necessário o uso de fios de cobre. Onde buscar o cobre? Uma das respostas possíveis era: na  África central, antigo Congo, onde havia minas de cobre.
Esses fatores explicam a enorme atração que a África e a Ásia exerciam sobre os países capitalistas.
Essa corrida por colônias iniciada no século XIX é chamada de imperialismo ou neocolonialismo (para diferenciar do antigo sistema colonial do século XVI ao XVIII). 
      Segundo uma historiadora.
O imperialismo caracteriza-se pela dominação política e econômica, direta ou indireta, de uma nação mais rica e poderosa sobre outra mais pobre e fraca.
(MESGRAVIS, Laima. A colonização da África e da Ásia, p.4.)

Os europeus do século XIX desenvolveram também um conjunto de ideias racistas que os ajudaram a justificar essas conquistas. Uma delas era de que existiam raças; outra era a de que a "raça branca" era superior à "raça negra". ´"à raça amarela" e aos mestiços. Defendiam também que somente a "raça branca" tinha capacidade para criar uma civilização! Os europeus conseguiram fazer com que essas ideias fossem consideradas científicas, alegando que era possível comprová-las.
Alguns europeus acreditavam também que deviam levar a civilização (o progresso e os "bons costumes") aos povos da África e da Ásia considerados como povos "bárbaros" e primitivos". Eles diziam ter uma missão civilizadora para com os povos "atrasados". Essas ideias serviram para justificar a violência dos europeus e norte-americanos contra os africanos e asiáticos.
O ministro francês Jules Ferry (1832-1893) falou ao parlamento francês sobre esse assunto.

As raças superiores têm um direito perante as raças inferiores. Há para elas um direito porque há um dever para elas. As raças superiores têm o dever de civilizar as inferiores.