É denominado "Nova República"
na história do Brasil, o período imediatamente posterior ao Regime Militar,
época de exceção das liberdades fundamentais e de perseguição a opositores do
poder. É exatamente pela repressão do período anterior que afloram, de todos os
setores da sociedade brasileira o desejo de iniciar uma nova fase do governo
republicano no país, com eleições diretas, além de uma nova constituição que
contemplasse as aspirações de todos os cidadãos. Pode-se denominar tal período
também como a Sexta República Brasileira.
A Nova República inicia-se com o
fim do mandato do presidente e general João Batista de Oliveira Figueiredo,
mas mesmo antes disto, o povo havia dado um notável exemplo de união e de
cidadania, ao sair às ruas de todo país, pressionando o legislativo a
aprovar a volta da eleição direta para presidente, a Campanha das
Diretas-Já, que não obteria sucesso, pois a Emenda Dante de Oliveira, como
ficou conhecida a proposta de voto direto, acabou não sendo aprovada.
O cidadão brasileiro voltaria a
se decepcionar logo no início da Nova República com a morte do presidente
eleito em 1985, Tancredo Neves. Mesmo eleito indiretamente, este tinha
participado da campanha das Diretas-Já e tinha o apoio popular, o que
significava que nele estavam depositadas as esperanças de plena redemocratização do
país. O seu vice, José Sarney, político recém-chegado ao PMDB, depois de
ter passado pelo partido da situação no Regime Militar, a ARENA (e
depois PDS) coube o cargo de presidente, no qual os dois mais importantes
pontos foram a aproximação com a Argentina, o que resultaria pouco depois na
formação do Mercosul e na promulgação da nova Constituição
democrática, de outubro de 1988. Já na economia e política seu governo foi um
fracasso, com vários planos que não conseguiram conter a inflação,
constante troca de moeda e denúncias de corrupção.
Após o mandato de Sarney, as
primeiras eleições diretas ocorrem em quase trinta anos, sendo eleito Fernando
Collor de Mello. Com um estilo moderno e discurso moralizante, elabora um plano
econômico peculiar para acabar com a inflação e que resulta em mais um
fracasso. Logo mais dois planos paliativos se seguem, mas as denúncias de
corrupção "afogam" o presidente, que é obrigado a renunciar em 1992
para não ser impedido pelo Congresso.
O próximo presidente da Nova
República é mais uma vez um vice, o mineiro Itamar Franco, que sobe ao
poder com a incumbência de completar o mandato de Collor. Após algumas escolhas
pouco bem sucedidas para a pasta da Fazenda (Economia), o presidente escolhe o
senador Fernando Henrique Cardoso, que com seu aval irá elaborar o Plano
Real, que após décadas de inflação, consegue finalmente debelar a alta de
preços, seguindo até os dias de hoje como parâmetro na condução da economia.
Com o sucesso do Plano Real,
Fernando Henrique terá a popularidade necessária para garantir dois mandatos
nas urnas. Gradualmente o Brasil, esquivando-se das sucessivas crises mundiais
econômicas que surgem, vai seguindo um curso de progresso e desenvolvimento.
Em 2003, ante a percepção de que
Fernando Henrique e seu partido de certo modo se acomodaram no poder, o PT,
com Luís Inácio Lula da Silva, terá dois mandatos para mostrar seu projeto
para o Brasil. Destacam-se a política externa, que se aproximou da África e
da América Latina, além dos programas de auxílio à população carente,
enquanto o governo opta por manter as conquistas econômicas do Plano Real,
gerindo seu crescimento. Pela primeira vez, o Brasil irá quitar suas dívidas no
plano externo, passando a ser até mesmo credor internacional, inclusive da
grande potência mundial, os Estados Unidos.
Com a percepção de que seus dois
mandatos foram um sucesso, o povo garante a Lula e ao PT a eleição de sua
candidata, Dilma Rousseff, em 2010. Entretanto, o Governo de Dilma
enfrentou grande insatisfação popular. Em 2016, Dilma sofreu Impeachment
por crime de responsabilidade.
Bibliografia:
Nova República. Disponível em: http://ayoshiharu.vilabol.uol.com.br/nova_republica.html .Acesso
em 26 jul. de 2011.
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