Com certeza o conceito de professor apresentado por Rubem Alves é
lindo "de despertar a curiosidade, de ser educador", e o que a maioria de nós toma como verdadeiro.É lindo e acima de
tudo muito poético. Necessário para alimentar nossa esperança por dias
melhores no futuro da educação e nos motivar.
No entanto, se observarmos o desenrolar da história da educação,
principalmente no Brasil, perceberemos que este conceito nem sempre foi
tão verdadeiro.
Devemos cuidar também para não reduzirmos o conceito de educação,
pois esta não é exclusividade da escola ou do professor pois acontece
nos mais variados ambientes e companhias.
O professor já assumiu diversas outras posturas em sala de aula, inclusive a de mestre, aquele que era detentor do conhecimento.
Já há bastante tempo que se tenta fazer com que os professores
abandonem tal postura e assumam uma nova maneira de atuar: a de
mediador.
Contudo, existe ainda hoje, por parte de alguns educadores uma enorme
resistência em dar maior autonomia ao sujeito, onde o estudante é
tratado sempre como "a-luno", não considerando que o indivíduo quando
ingressa na escola já carrega uma vasta bagagem de conhecimentos (do
senso comum, religioso, filosófico,etc) adquiridos na família e diversas
outras redes sociais.
Se a proposta mais atual de metodologia nos ensina que o conhecimento
deve ser de responsabilidade mútua, isso significa que o aluno é tão
responsável pelo seu aprendizado quanto o professor. É um trabalho
solidário. De colaboração.
Para tanto o professor precisa ajudar o aluno a desenvolver
competências que lhe possibilitem andar com as suas próprias pernas e,
ao contrário do já ultrapassado método de repetição de conteúdo, esteja
ápto á produção de novos conhecimentos.
O professor deve desenvolver nos seus estudantes habilidades que lhes
proporcionem aprender a aprender, de ser e sentir-se responsável,
protagonista de sua própria história enquanto ser que busca
conhecimento.
O professor precisa, além de tudo assumir com responsabiliddae o seu
compromisso com a sociedade que, tão marcada pela competitividade, exige
uma resposta do educador: a formação de indivíduos cada vez mais
independentes social e politicamente. Sujeitos cidadãos.