segunda-feira, 20 de abril de 2020

REVOLTA DA VACINA


Pois é galera, estamos vivendo um período conturbado com a ameaça e consequências da contaminação de Coronavírus. Tá uma confusão retada no país.

Alguns, a despeito de nos proteger, defendem que precisamos ficar em casa em isolamento completo, abandonando emprego, lazer e qualquer outra atividade comum do dia a dia. Outros, ao contrário, brigam para uma quebra da quarentena e volta imediata ao trabalho, alegando uma emergente e perigosa crise econômica.

Agora, você já imaginou se, além da ordem de ficar em casa o governo descobrisse uma vacina pro tal “Corongavirus” e resolvesse obrigar toda a população do país a ser vacinada com punição a quem descumprisse sua ordem com multas ou prisão?

 O que você faria diante dessa situação?

E se eu te falar que já aconteceu algo parecido no Brasil.

Pois é. Em 1902 o Rio de Janeiro, então capital do país, estava passando por um processo de modernização encabeçado por Rodrigues Alves (presidente na época) que decidiu começar pela higienização da cidade. 
No intuito de construir a Avenida Central ele ordenou a demolição de casarões antigos e casebres habitados pela população mais humilde no centro, que foram obrigados a ir para a periferia e morros.

Ao mesmo tempo Oswaldo Cruz foi indicado para combater doenças como a febre amarela, varíola e a peste bubônica que assolava a população carioca.

Em 1904 o projeto de Oswaldo Cruz que defendia a obrigatoriedade da vacina foi aprovado no Congresso e isso dividiu a população que já andava desconfiada com o governo de Rodrigues Alves. Os desobedientes eram ameaçados com demissões e multas. 

Tudo isso levou ao que chamamos de Revolta da Vacina, que aconteceu entre 10 e 16 de novembro de 1904.
A população foi às ruas protestar armados de paus, pedras e pedaços de ferro, enfrentando a polícia, incendiaram bondes, arrancaram trilhos, depredaram lojas além de cercar o Palácio do Catete, sede do governo.

Diante dessa situação, com medo de uma guerra civil, o governo suspendeu a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, contudo, ordenou que seus navios de guerra bombardeassem os bairros operários como represália.

Dessa forma a revolta foi completamente desarticulada e, como castigo, seus líderes foram lançados aos porões de um navio e enviados ao Acre.

Percebeu que naquela época a galera não comia regue de governo? Quando era necessário se articulavam, iam ás ruas e expressavam suas insatisfações. 

Claro que sempre tem alguém mais entendido e com terceiras intenções por trás dos movimentos populares. Até hoje é assim. Mesmo os movimentos sendo populares sempre tem grupos ou entidades políticas de oposição que organizam os eventos. Mas o que vale é que a população  decidiu arregaçar as mangas, e mesmo não sendo da forma que pensaram resolveram a questão. 

Tomara que a gente não precise chegar a esse ponto com o “Corongavirus”, não é?

Quer saber mais? Leia o texto em seu livro.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

História e Coronavírus


É verdade que estamos vivendo dias difíceis com essa história de Coronavírus (Covid-19) que, depois de assolar o mundo, invadiu o nosso país nos últimos dias. Muitos reclamam do fato de ficarem reclusos em suas próprias casas para cumprir a quarentena determinada pelo governo. Algumas pessoas até já foram presas em alguns determinados estados por descumprirem as regras de isolamento determinadas pelas autoridades. Não se pode ir às praias, frequentar restaurantes, shoppings, academias e nenhum outro espaço de convívio social. A ordem é isolamento total até que a pandemia tenha passado.

No entanto, não há como negar as drásticas consequências disso tudo no cotidiano da população, principalmente no que tange a economia do país. Comércio e empresas fechadas prejudicam as finanças pessoais levando a uma crise profunda. A ameaça de fechamento de muitas empresas e o desemprego crescente levam a população a uma onda de agitação inexpicáveis. 

Por se verem envolvidos nessa difícil situação financeira as opiniões se dividem. Alguns acreditam mesmo no perigo da contaminação com a doença e defendem a ideia de ficar em casa esperando uma solução por parte dos governadores estaduais, desobedecendo assim o governo federal. Enquanto isso, já se pode ver muitas pessoas desobedecendo decretos de governadores estaduais, assumindo as consequências da possibilidade de contaminação com o vírus para resolverem as necessidades mais imediatas de alimentação e cumprimento de obrigações financeiras como pagamento de alugueis e outros.

Nesse contexto, é importante relembrar que já vivemos outros períodos semelhantes a este no país. Durante o mês de novembro de 1904, por exemplo, o Rio de Janeiro, então capital federal, foi palco de uma das maiores revoltas urbanas ocorridas no país: a Revolta da Vacina. Milhares de habitantes tomaram as ruas da cidade em violentos conflitos com a polícia. O motivo era uma polêmica medida adotada pelo governo de então: a vacinação obrigatória.
Contando com uma população de mais de 800 mil habitantes, a cidade era constantemente vitimada por surtos de febre amarela, varíola, peste bubônica, malária, tifo e tuberculose. Na tentativa de pôr fim a esse triste quadro epidemiológico, o presidente Rodrigues Alves convocou o médico sanitarista Oswaldo Cruz que, assumindo a responsabilidade motivou o governo a enviar ao Congresso um projeto para reinstaurar a obrigatoriedade da vacina em todo o país, que foi aprovada em 1904. Essa lei autorizava os funcionários da saúde a vacinarem contra a varíola todos os brasileiros e os desobedientes eram ameaçados com multas e demissões.  

Por ter um caráter autoritário e invasivo, adentrando lares e desrespeitando privacidades, sobretudo da população mais pobre, a nova política sanitária foi alvo da mais hostil reação popular. Para o combate da febre amarela, organizou-se uma grande equipe de "mata-mosquitos", incumbida de perseguir os insetos nos lugares mais recônditos do Rio de Janeiro. Os funcionários tinham o poder de invadir as casas e quebrar a inviolabilidade dos lares cariocas.  Por causa disso, entre 10 e 16 de novembro de 1904, ocorreram intensos conflitos de rua no Rio de Janeiro. Armados de paus, pedras e pedações de ferro, os populares enfrentavam a polícia em vários pontos da cidade. Incendiavam bondes, arrancavam trilhos, depredaram lojas além de cercar o Palácio do Catete, sede d p governo, para protestar contra a vacina obrigatória e a violência policial...

Esse texto termina no seu livro didático nas páginas 32 e 33...