segunda-feira, 13 de abril de 2020

História e Coronavírus


É verdade que estamos vivendo dias difíceis com essa história de Coronavírus (Covid-19) que, depois de assolar o mundo, invadiu o nosso país nos últimos dias. Muitos reclamam do fato de ficarem reclusos em suas próprias casas para cumprir a quarentena determinada pelo governo. Algumas pessoas até já foram presas em alguns determinados estados por descumprirem as regras de isolamento determinadas pelas autoridades. Não se pode ir às praias, frequentar restaurantes, shoppings, academias e nenhum outro espaço de convívio social. A ordem é isolamento total até que a pandemia tenha passado.

No entanto, não há como negar as drásticas consequências disso tudo no cotidiano da população, principalmente no que tange a economia do país. Comércio e empresas fechadas prejudicam as finanças pessoais levando a uma crise profunda. A ameaça de fechamento de muitas empresas e o desemprego crescente levam a população a uma onda de agitação inexpicáveis. 

Por se verem envolvidos nessa difícil situação financeira as opiniões se dividem. Alguns acreditam mesmo no perigo da contaminação com a doença e defendem a ideia de ficar em casa esperando uma solução por parte dos governadores estaduais, desobedecendo assim o governo federal. Enquanto isso, já se pode ver muitas pessoas desobedecendo decretos de governadores estaduais, assumindo as consequências da possibilidade de contaminação com o vírus para resolverem as necessidades mais imediatas de alimentação e cumprimento de obrigações financeiras como pagamento de alugueis e outros.

Nesse contexto, é importante relembrar que já vivemos outros períodos semelhantes a este no país. Durante o mês de novembro de 1904, por exemplo, o Rio de Janeiro, então capital federal, foi palco de uma das maiores revoltas urbanas ocorridas no país: a Revolta da Vacina. Milhares de habitantes tomaram as ruas da cidade em violentos conflitos com a polícia. O motivo era uma polêmica medida adotada pelo governo de então: a vacinação obrigatória.
Contando com uma população de mais de 800 mil habitantes, a cidade era constantemente vitimada por surtos de febre amarela, varíola, peste bubônica, malária, tifo e tuberculose. Na tentativa de pôr fim a esse triste quadro epidemiológico, o presidente Rodrigues Alves convocou o médico sanitarista Oswaldo Cruz que, assumindo a responsabilidade motivou o governo a enviar ao Congresso um projeto para reinstaurar a obrigatoriedade da vacina em todo o país, que foi aprovada em 1904. Essa lei autorizava os funcionários da saúde a vacinarem contra a varíola todos os brasileiros e os desobedientes eram ameaçados com multas e demissões.  

Por ter um caráter autoritário e invasivo, adentrando lares e desrespeitando privacidades, sobretudo da população mais pobre, a nova política sanitária foi alvo da mais hostil reação popular. Para o combate da febre amarela, organizou-se uma grande equipe de "mata-mosquitos", incumbida de perseguir os insetos nos lugares mais recônditos do Rio de Janeiro. Os funcionários tinham o poder de invadir as casas e quebrar a inviolabilidade dos lares cariocas.  Por causa disso, entre 10 e 16 de novembro de 1904, ocorreram intensos conflitos de rua no Rio de Janeiro. Armados de paus, pedras e pedações de ferro, os populares enfrentavam a polícia em vários pontos da cidade. Incendiavam bondes, arrancavam trilhos, depredaram lojas além de cercar o Palácio do Catete, sede d p governo, para protestar contra a vacina obrigatória e a violência policial...

Esse texto termina no seu livro didático nas páginas 32 e 33...

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