É verdade que
estamos vivendo dias difíceis com essa história de Coronavírus (Covid-19) que,
depois de assolar o mundo, invadiu o nosso país nos últimos dias. Muitos
reclamam do fato de ficarem reclusos em suas próprias casas para cumprir a
quarentena determinada pelo governo. Algumas pessoas até já foram presas em
alguns determinados estados por descumprirem as regras de isolamento
determinadas pelas autoridades. Não se pode ir às praias, frequentar
restaurantes, shoppings, academias e nenhum outro espaço de convívio social. A
ordem é isolamento total até que a pandemia tenha passado.
No entanto, não
há como negar as drásticas consequências disso tudo no cotidiano da população,
principalmente no que tange a economia do país. Comércio e empresas fechadas prejudicam
as finanças pessoais levando a uma crise profunda. A ameaça de fechamento de muitas empresas e o desemprego crescente levam a população a uma onda de agitação inexpicáveis.
Por se verem
envolvidos nessa difícil situação financeira as opiniões se dividem. Alguns
acreditam mesmo no perigo da contaminação com a doença e defendem a ideia de
ficar em casa esperando uma solução por parte dos governadores estaduais,
desobedecendo assim o governo federal. Enquanto isso, já se pode ver muitas
pessoas desobedecendo decretos de governadores estaduais, assumindo as
consequências da possibilidade de contaminação com o vírus para resolverem as
necessidades mais imediatas de alimentação e cumprimento de obrigações
financeiras como pagamento de alugueis e outros.
Nesse contexto,
é importante relembrar que já vivemos outros períodos semelhantes a este no
país. Durante o mês de novembro de 1904, por exemplo, o Rio de Janeiro, então
capital federal, foi palco de uma das maiores revoltas urbanas ocorridas no
país: a Revolta da Vacina. Milhares de habitantes tomaram as ruas da cidade em
violentos conflitos com a polícia. O motivo era uma polêmica medida adotada
pelo governo de então: a vacinação obrigatória.
Contando com uma
população de mais de 800 mil habitantes, a cidade era constantemente vitimada
por surtos de febre amarela, varíola, peste bubônica, malária, tifo e
tuberculose. Na tentativa de pôr fim a esse triste quadro epidemiológico, o
presidente Rodrigues Alves convocou o médico sanitarista Oswaldo Cruz que,
assumindo a responsabilidade motivou o governo a enviar ao Congresso um projeto
para reinstaurar a obrigatoriedade da vacina em todo o país, que foi aprovada
em 1904. Essa lei
autorizava os funcionários da saúde a vacinarem contra a varíola todos os
brasileiros e os desobedientes eram ameaçados com multas e demissões.
Por ter um caráter autoritário e invasivo,
adentrando lares e desrespeitando privacidades, sobretudo da população mais
pobre, a nova política sanitária foi alvo da mais hostil reação popular. Para o
combate da febre amarela, organizou-se uma grande equipe de
"mata-mosquitos", incumbida de perseguir os insetos nos lugares mais
recônditos do Rio de Janeiro. Os funcionários tinham o poder de invadir as
casas e quebrar a inviolabilidade dos lares cariocas. Por causa disso, entre 10 e 16 de novembro de
1904, ocorreram intensos conflitos de rua no Rio de Janeiro. Armados de paus,
pedras e pedações de ferro, os populares enfrentavam a polícia em vários pontos
da cidade. Incendiavam bondes, arrancavam trilhos, depredaram lojas além de
cercar o Palácio do Catete, sede d p governo, para protestar contra a vacina
obrigatória e a violência policial...
Esse texto termina
no seu livro didático nas páginas 32 e 33...
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