Pois é galera, estamos vivendo um
período conturbado com a ameaça e consequências da contaminação de Coronavírus.
Tá uma confusão retada no país.
Alguns, a despeito de nos
proteger, defendem que precisamos ficar em casa em isolamento completo,
abandonando emprego, lazer e qualquer outra atividade comum do dia a dia.
Outros, ao contrário, brigam para uma quebra da quarentena e volta imediata ao
trabalho, alegando uma emergente e perigosa crise econômica.
Agora, você já imaginou se, além
da ordem de ficar em casa o governo descobrisse uma vacina pro tal
“Corongavirus” e resolvesse obrigar toda a população do país a ser vacinada com punição a quem
descumprisse sua ordem com multas ou prisão?
O que você faria diante dessa situação?
E se eu te falar que já aconteceu algo parecido
no Brasil.
Pois é. Em 1902 o Rio de Janeiro, então capital
do país, estava passando por um processo de modernização encabeçado por
Rodrigues Alves (presidente na época) que decidiu começar pela higienização
da cidade.
No intuito de construir a Avenida Central ele ordenou a demolição
de casarões antigos e casebres habitados pela população mais humilde no
centro, que foram obrigados a ir para a periferia e morros.
Ao mesmo tempo Oswaldo Cruz foi indicado para
combater doenças como a febre amarela, varíola e a peste bubônica que
assolava a população carioca.
Em 1904 o projeto de Oswaldo Cruz que
defendia a obrigatoriedade da vacina foi aprovado no Congresso e isso dividiu
a população que já andava desconfiada com o governo de Rodrigues Alves. Os
desobedientes eram ameaçados com demissões e multas.
Tudo isso levou ao que
chamamos de Revolta da Vacina, que aconteceu entre 10 e 16 de novembro de
1904.
A população foi às ruas protestar armados de
paus, pedras e pedaços de ferro, enfrentando a polícia, incendiaram bondes,
arrancaram trilhos, depredaram lojas além de cercar o Palácio do Catete, sede
do governo.
Diante dessa situação, com medo de uma guerra
civil, o governo suspendeu a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, contudo, ordenou
que seus navios de guerra bombardeassem os bairros operários como represália.
Dessa forma a revolta foi completamente desarticulada
e, como castigo, seus líderes foram lançados aos porões de um navio e
enviados ao Acre.
Percebeu que naquela época a galera não comia
regue de governo? Quando era necessário se articulavam, iam ás ruas e expressavam suas insatisfações.
Claro que sempre tem alguém mais entendido e
com terceiras intenções por trás dos movimentos populares. Até hoje é assim.
Mesmo os movimentos sendo populares sempre tem grupos ou entidades políticas
de oposição que organizam os eventos. Mas o que vale é que a população decidiu arregaçar as mangas, e mesmo não sendo da forma que pensaram
resolveram a questão.
Tomara que a gente não precise chegar a esse
ponto com o “Corongavirus”, não é?
Quer saber mais? Leia o texto em seu livro.
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