sábado, 2 de maio de 2020

A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA BRASILEIRA




A assinatura da Lei Áurea, que garantia a libertação de grande parte dos negros escravizados no Brasil não agradou a todos. Muitos dos fazendeiros do Vale do Paraíba e do Nordeste sentiram-se traídos pela Monarquia por terem sido obrigados a libertar seus escravos sem nenhuma compensação aos seus prejuízos financeiros.

Já nas últimas duas décadas do Segundo  Império (1870 - 1880), havia uma pressão muito grande dos movimentos republicanos contra o governo de Pedro II. Depois da Questão Religiosa que deixou metade da Igreja com um pé atrás quanto ao crédito que se devia dar ao imperador e da Questão Militar que colocou em lados opostos o Império e o Exército, Dom Pedro II havia perdido muito do seu prestígio e autoridade entre os brasileiros.

 Agora, com o enfraquecimento da Monarquia e a difusão das ideias positivistas entre os intelectuais brasileiros, as camadas médias buscavam cada vez nais participação política e os fazendeiros do Oeste Paulista resolveram ingressar no Partido Republicano Paulista.

 É nesse clima de insatisfação social que o Marechal Deodoro da Fonseca se encontra com Quintino Bocaiuva, líder do Partido Republicano Paulista, para estabelecer a estratégia de derrubar Dom Pedro II.

 A Proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889, é um dos acontecimentos mais emblemáticos da história brasileira, e não apenas por ter mudado o sistema político do país, mas por ter provocado uma transformação na esfera psicológica da população, que estava adaptada à figura do imperador e a uma estrutura de poder que independia da participação direta do povo (ainda que fosse de modo arbitrário, pelos coronéis, como ocorreria na fase da República Velha.

Nesse contexto se destaca a figura do Marechal Deodoro da Fonseca como responsável pela efetiva proclamação e como primeiro presidente da República brasileira em um governo provisório (1889 - 1891).

  A República Federativa Brasileira nasce, portanto, pelas mãos dos militares que se veriam, a partir de então, como os salvadores da pátria brasileira .

 A República foi proclamada por um monarquista. Deodoro da Fonseca, assim como parte dos militares que participaram da movimentação pelas ruas do Rio De Janeiro no dia 15 de novembro pretendiam derrubar apenas o gabinete do Visconde de Ouro Preto. No entanto, levado ao ato da proclamação, mesmo doente, Deodoro age por acreditar que haveria represália do governo monárquico com sua prisão e de Benjamin Constant, devido á insurgência dos militares. 

 A população das camadas sociais mais humildes recebeu o fato da mudança do sistema de governo atônitos, com espanto e sem saber direito o que, de fato, estava ocorrendo nos dias posteriores ao golpe republicano.

 A República não favorecia em nada aos mais pobres e também não contou com a participação desses na ação efetiva. O Império, principalmente após a abolição da escravidão, tem entre essas camadas uma simpatia e mesmo uma gratidão pela libertação.

Há então um empenho das classes ativamente participativas da República recém-fundada para apagar os vestígios da monarquia no Brasil, construir heróis republicanos e símbolos que garantissem que a sociedade brasileira se identificasse com o novo modelo Republicano Federalista.





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