segunda-feira, 30 de agosto de 2021

A CIVILIZAÇÃO ROMANA

A civilização romana tem origem com a expansão e consolidação do poder de Roma sobre a Península Itálica e os territórios vizinhos.

Origem

A civilização romana, que começou a desenvolver-se na região do Lácio, na Península Itálica, por volta de 750 a.C., organizava-se em dois grupos principais: os patrícios e os plebeus. Esses dois grupos tornaram-se a base da sociedade romana. A civilização romana é uma mescla de influências de culturas etruscas, gregas e orientais. Se os gregos se destacaram pela filosofia e os egípcios por sua arquitetura, podemos dizer que os romanos se sobressaíram por construir um Império que durou mil anos.

Assim, organizaram um sistema de comunicação, de transporte e de leis que pôde ser reproduzido em todos os cantos do Império Romano. Os romanos souberam se apropriar de vários aspectos dos povos que conquistavam e romanizá-los.

Aliás, a arte da guerra, como expressou o poeta Virgílio, na sua obra Eneida, parecia ser o objetivo dos romanos:

Lembra-te romano de submeter os povos a teu império. Tua missão é de impor as condições de paz, poupar os vencidos e abater os soberbos.

Política

A organização política da civilização romana foi mudando conforme as conquistas territoriais aconteciam e a população crescia. Distinguimos três fases:

Monarquia: durou de 753 a.C a 509 a.C. É um período envolto em lenda e com pouca documentação.

República Romana: a primeira experiência republicana da história,

Império Romano: quando a civilização alcançou seu máximo esplendor.

 

Sociedade

Os patrícios formavam a elite da sociedade romana e descendiam dos antigos clãs fundadores da cidade, daí derivou a expressão “patrício”, de patres-famílias. A estrutura do governo romano foi durante a maior parte de sua existência ocupada inteiramente ou majoritariamente pelos patrícios. Nos cargos republicanos, sobretudo no Consulado e no Senado, encontravam-se os patrícios mais ilustres. Além disso, os patrícios eram grandes detentores de terras cultiváveis, de onde tiravam sua principal riqueza.

A plebe, ou os plebeus, compunha-se de pessoas que não descendiam dos patres-famílias e que não faziam parte da atividade política. Geralmente os membros da plebe eram pequenos proprietários, comerciantes ou artesãos. A falta de representatividade política dos plebeus desencadeou, posteriormente, uma série de tensões e crises na sociedade romana.

Além de patrícios e plebeus, pertenciam aos membros da sociedade romana os clientes, que eram protegidos pelos patrícios em troca de serviços variados. A sociedade romana ainda tinha em seu corpo a presença dos escravos, que eram considerados bens de posse de quem os comprava ou os capturava, sendo desprovidos de quaisquer direitos em meio à sociedade romana. Os escravos geralmente eram povos estrangeiros capturados em outras regiões como prisioneiros de guerra ou membros da sociedade que contraíam dívidas e, por isso, tornavam-se escravos de quem estavam devendo.

Além da plebe e dos escravos, ainda havia o proletariado, isto é, os proletarii, pessoas cuja característica principal era gerar prole (filhos) – daí a origem do termo proletariado. Essa prole, geralmente, compunha o exército. Vale ressaltar que não se deve confundir o proletariado romano com aquele caracterizado por Karl Marx no século XIX.

 

Economia

A economia romana baseava-se na agricultura, no comércio entre a distintas províncias, nas conquistas territoriais para alimentar a população e na escravidão.

Os romanos também desenvolveram uma eficiente arrecadação de impostos que deveriam ser entregues à capital diretamente. Com o tempo, isto foi gerando corrupção, pois era comum os governadores das províncias sonegarem certas quantidades de dinheiro ao governo central.

Arte

Herdeiros da arte grega, os romanos espalharam suas esculturas, pinturas e mosaicos por todo território que conquistavam.

Igualmente, construíam teatros onde podiam ser representadas peças que serviam para instruir e divertir a população. Também faziam termas, praças e mercados a fim de dar mais comodidades aos habitantes.

Em algumas cidades eram levantadas arenas para jogos de gladiadores, recriações de batalhas, e lutas entre homens e animais selvagens.

 

Arquitetura

Os romanos abastados prezavam pelo conforto e, geralmente, nas casas dos patrícios havia água encanada. Se o rio não estivesse perto da cidade, um aqueduto era levantado para trazer água à população que a recolhia nas fontes instaladas na cidade.

As colunas romanas também se tornaram uma marca registrada desta cultura e estavam presentes nos fóruns e templos.

Religião

Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. Grande parte dessas divindades foi trazida do panteão grego. Assim, Afrodite se transformou em Vênus, Ares virou Martes, Hera – esposa de Zeus - foi chamada de Juno pelos romanos, e o todo-poderoso Zeus grego, se converteu em Júpiter.

Além disso, ainda haviam os deuses domésticos que eram cultuados por uma família. Com a restauração do Império, os governantes mais importantes eram declarados deuses pelo Senado e seu culto podia se estender por todo o território romano.

Direito

O direito romano inspirou boa parte do Direito Ocidental tal como o conhecemos hoje.

Assim como a política e a economia, o Direito Romano acompanhou a evolução da sociedade. Soube incorporar as novas populações ao Império Romano, proteger a propriedade privada, definir os deveres da família, limitar o poder de atuação dos magistrados, etc.

Uma das inovações romanas em relação aos gregos e aos povos vizinhos foi a sistematização das leis e o aparecimento de uma classe de juristas profissionais. Desta maneira, os magistrados romanos deviam conhecer e estar aptos a aplicar essas mesmas leis. Os gregos, por exemplo, nunca trataram as leis como uma ciência isolada da filosofia.

Civilização Romana Hoje

Apesar de ter desaparecido como civilização, o fato é que o mundo Ocidental é herdeiro direto da civilização romana.

Podemos ver esta influência nos aspectos mais cotidianos como as artes e arquitetura. Inclusive em provérbios até hoje compreensíveis para nós que estamos no século XXI.

 

Disponível em: https://www.todamateria.com.br/civilizacao-romana/ e https://www.historiadomundo.com.br/romana/sociedade-romana.htm

 


terça-feira, 10 de agosto de 2021

LÓGICA

 

A palavra lógica pode denotar tanto um conjunto de regras racionais para a obtenção de um conhecimento quanto a área da filosofia que estuda a validade formal das proposições linguísticas e matemáticas.

A lógica, enquanto propriedade linguística, não se preocupa com a veracidade dos enunciados, mas com a validade formal lógica, ou seja, com a possibilidade de sentido da frase dada por sua estrutura. Se a estrutura de uma frase é correta, isto é, se ela segue um padrão formal correto, podemos dizer que a frase é logicamente válida.

 Na matemática, é a lógica que garante a estrutura formal racional das equações e demais elementos matemáticos que, de algum modo, relacionam-se.

Não podemos dizer que a lógica em si foi criada, mas sim descoberta. Desde que existe racionalidade, a lógica existe. Quem a descobriu foi Aristóteles. As suas criações dizem respeito apenas à nomenclatura que ele deu e ao estudo sistemático daquilo que era a lógica. A lógica aristotélica, também chamada de lógica clássica, sustenta-se com base em princípios racionais e nos silogismos.

 

Onde surgiu e quem é o criador da lógica?

Os estudos de lógica foram iniciados por Aristóteles, entre 384 a.C e 322 a.C., na Grécia Antiga. Esse grande pensador percebeu que a maior distinção entre o ser humano e os demais animais é a linguagem. Ele também notou que há uma estrutura linguística que deve ser obedecida para que os enunciados tenham sentido.

Essas percepções fizeram com que o filósofo formalizasse uma ciência capaz de entender e classificar os elementos que permitem os enunciados linguísticos com sentido e validade, fundando a lógica.


Lógica aristotélica

As investigações de Aristóteles acerca da lógica fizeram-no descobrir que todo o conhecimento válido emitido por enunciados deve respeitar três princípios básicos. São eles:

Princípio da identidade: é o que enuncia as identidades dos seres e das coisas. Por meio do verbo ser, o princípio diz o que certa coisa é. Como exemplo, podemos dizer “A é A”. O verbo ser conjugado na primeira pessoa do singular, destacado em vermelho, é o elemento que denota a identidade do objeto. Para pegar um exemplo mais palpável, podemos dizer “isto é um texto”, indicando que a identidade desse objeto a que nos referimos é a categoria “texto”.

Princípio da não-contradição: este princípio elementar diz que a identidade de algo não pode ser ela mesma e não ser ela ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. A sua formulação pode ser pensada da seguinte maneira: não é possível que algo seja e não seja aquilo que é, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto. É impossível que isto seja um texto e não seja um texto ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto.

Princípio do terceiro excluído: algo é ou não é e não há terceira possibilidade. Pensando com base na identidade e na não contradição, podemos afirmar que isto é um texto ou não é um texto, não havendo outra possibilidade. Se isto for um automóvel, por exemplo, deixa de ser um texto, encaixando-se na segunda possibilidade.

Os silogismos são a expressão máxima da lógica aristotélica. Silogismo é uma estrutura linguística dedutiva, baseada em premissas e uma conclusão. Como estrutura dedutiva, o silogismo deve ter uma premissa maior, uma premissa menor e, a partir delas, a conclusão.

 

Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/filosofia/logica.htm