Juscelino Kubitschek: Plano de Metas e Brasília
Juscelino Kubitschek foi
eleito presidente da República em 1955, juntamente com o
vice-presidente João Goulart. Nos primeiros anos do pleito, após a
situação política ter tomado seus caminhos (tentativa de golpe da UDN
(União Democrática Nacional) e dos militares), rapidamente JK colocou em
ação o Plano de Metas e a construção de Brasília,
transferindo a capital do Brasil da cidade do Rio de Janeiro para o
Planalto Central. Sendo assim, abordaremos os principais feitos
realizados por JK durante o seu governo como presidente (1955-1960).
O Plano ou Programa de Metas (31 metas) tinha como principal objetivo o
desenvolvimento econômico do Brasil, ou seja, pautava-se em um conjunto
de medidas que atingiria o desenvolvimento econômico de vários setores,
priorizando a dinamização do processo de industrialização do Brasil.
O desenvolvimentismo econômico que o Brasil viveu durante o mandato de JK priorizou o investimento nos setores de transportes e energia, na indústria de base (bens de consumos duráveis e não duráveis), na substituição de importações,
destacando a ascensão da indústria automobilística, e na Educação. Para
JK e seu governo, o Brasil iria diminuir a desigualdade social gerando
riquezas e desenvolvendo a industrialização e consequentemente
fortalecendo a economia. Sendo assim, estava lançado seu Plano de Metas:
“o Brasil iria desenvolver 50 anos em 5”.
Para ampliar o desenvolvimentismo econômico brasileiro, JK considerava
impossível o progresso da economia sem a participação do capital
estrangeiro. Para alcançar os objetivos do Plano de Metas era necessária
uma intervenção maior do Estado na economia, priorizando, então, a
entrada de capitais estrangeiros no país, principalmente pela indústria
automobilística. Ressalta-se que nesse período o Brasil iniciou o
processo de endividamento externo.
Os setores de energia e transporte foram considerados fundamentais para
o desenvolvimentismo econômico, ressalta-se a importância do governo
Vargas neste processo, com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional
em Volta Redonda-RJ no ano de 1946 e da Petrobras no ano de 1953. Outros
setores que ganharam relevância foram o agropecuário; JK procurou
aumentar a produção de alimentos e o setor energético, construindo as
usinas Hidrelétricas de Paulo Afonso no rio São Francisco e as barragens
de Furnas e Três Marias.
Contudo, tais mudanças empreendidas por JK ocasionou a acentuação da
industrialização do país com um aumento do Produto Interno Bruto (PIB)
anual em 7%, mas não superando a inflação da dívida externa. A
industrialização do país se efetivou basicamente na região sudeste,
destacando neste momento a grande migração nordestina para esta região.
Após analisarmos alguns pontos do Plano de Metas, focaremos a outra
promessa de campanha efetivada por JK: a construção de Brasília e a
transferência da capital federal. Em fins de 1956, depois de o Congresso
Nacional ter aprovado a transferência da capital, iniciaram-se as obras
da construção de Brasília. A nova capital do Brasil teria um moderno e
arrojado conjunto arquitetônico realizado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
O Plano Piloto da cidade foi desenvolvido pelo urbanista Lúcio Costa.
Juscelino Kubitschek não foi o primeiro a falar sobre a possiblidade da
transferência da capital do Brasil, desde 1891 a Constituição Federal,
no seu artigo 3º, já almejava a transferência. Na última década do
século XIX, mas precisamente no ano de 1894, foi nomeada uma comissão
que visitou e demarcou a área do futuro Distrito Federal no Planalto
Central. Essa comissão ficou conhecida como Missão Cruls em referência
ao astrônomo belga Luiz Cruls que a chefiava.
A interiorização da capital federal já era um sonho de muitos
brasileiros anteriores a JK, mas foi Juscelino que efetivou a
transferência da capital. Acostumado a lidar com projetos arrojados, JK
deu a ordem para o início da construção de Brasília, os trabalhos
tiveram início no final de 1956. A nova capital foi inaugurada no ano de
1960.
A construção da nova capital se configurou como uma grande meta a ser
cumprida. Brasília somente pôde ser efetivada a partir da grande vontade
de JK, e também pelo empenho dos trabalhadores que a construíram,
grande parte se constituía de migrantes da região nordeste do Brasil. Os
trabalhadores que a construíram tornaram seus primeiros moradores,
ficando conhecidos como “Candangos”.
Com Juscelino Kubitschek, o interior do Brasil passou a ser visto como
espaço de possibilidades, como parte integrante da civilização
brasileira.
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